02/12/2019 Como e por quê a doença de Parkinson atinge homens e mulheres de forma diferente?Redação do Diário da Saúde
Diferenças na sintomatologia da doença de Parkinson e fatores de risco entre mulheres e homens. Os pacientes com Parkinson apresentam um fenótipo clínico diferente de acordo com o sexo. Além disso, fatores distintos parecem contribuir para o risco de Parkinson em mulheres e homens.[Imagem: Armando Barone]
Parkinson e gênero São cada vez maiores as evidências de que a doença de Parkinson afeta mulheres e homens de maneira diferente. O risco de desenvolver Parkinson é duas vezes maior nos homens do que nas mulheres, mas as mulheres experimentam uma progressão mais rápida da doença e uma menor taxa de sobrevivência. Com tantas indicações, a Dra Silvia Cerri e seus colegas do Instituto Nacional de Neurologia de Pávia (Itália) decidiram revisar os estudos científicos mais recentes em busca de uma sistematização que possa ajudar a explicar como e por quê acontece essa diferença da neuropatologia entre os gêneros. Eles revisaram as diferentes características clínicas, os fatores de risco, as respostas a tratamentos e os mecanismos já descobertos na fisiopatologia da doença de Parkinson em mulheres e homens. Estrogênios Os estudos indicam que as características clínicas distintas, bem como a contribuição de diferentes fatores de risco, apoiam a ideia de que o desenvolvimento do Parkinson pode envolver mecanismos patogenéticos distintos (ou um mesmo mecanismo, mas de maneira diferente) em mulheres e em homens. A equipe destaca a importância dos estrogênios, que desempenham um papel importante nas diferenças entre os sexos no Parkinson, fornecendo proteção à doença, como demonstrado pela incidência similar da doença em homens e mulheres na pós-menopausa. "Os hormônios sexuais agem em todo o cérebro tanto dos homens quanto das mulheres, e as diferenças sexuais agora são destacadas nas regiões do cérebro e nas funções não consideradas anteriormente sujeitas a essas diferenças, abrindo caminho para uma melhor compreensão do comportamento e das funções relacionadas ao sexo. "A neuroinflamação é uma peça importante do quebra-cabeça patogênico do Parkinson. As evidências atuais sugerem que o papel fisiológico exercido pelas células microgliais e astrocíticas pode ficar comprometido durante o envelhecimento, contribuindo assim para o início e a progressão da doença de Parkinson. Como os estrogênios têm propriedades anti-inflamatórias, suas ações durante toda a vida pode explicar parcialmente o risco relacionado ao sexo e a manifestação da doença de Parkinson," disse Cerri. A equipe espera que essa sistematização do conhecimento acumulado até agora incentive ainda mais a comunidade científica e os formuladores de políticas a promover o desenvolvimento de intervenções personalizadas e o projeto de programas inovadores - por exemplo, nas práticas de atendimento - que atendam os distintos requisitos de mulheres e homens com doença de Parkinson. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=como-doenca-parkinson-atinge-homens-mulheres-forma-diferente A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |