18/11/2020

Como nosso cérebro processa o medo?

Redação do Diário da Saúde
Como o cérebro processa o medo?
A amígdala processa o medo, mas o processamento todo envolve outras áreas do cérebro.[Imagem: Li Lab/CSHL]

O medo no cérebro

Quando uma criatura assustadora lhe faz dar um salto para trás, seu cérebro pode ativar seus circuitos de processamento do medo, fazendo seu coração disparar para ajudá-lo a escapar da ameaça.

Em circunstâncias mais ameaçadoras, a resposta do cérebro ao medo pode ser crítica para a sobrevivência. "Ser capaz de temer é a capacidade de sentir o perigo e é a força motriz para descobrir uma maneira de escapar ou revidar," detalha o professor Bo Li, do Laboratório Cold Spring Harbor (EUA).

Mas é também função dos circuitos de processamento do medo do cérebro ajudá-lo a aprender com a experiência a reconhecer quais situações são realmente perigosas e a responder apropriadamente.

Ao mapear conexões críticas nessa área do cérebro, a equipe do professor Li descobriu como componentes específicos contribuem para aprender a lidar com o medo.

Eles descobriram uma ligação entre o aprendizado do medo e um sistema de controle do movimento, o que pode ser usado para desenvolver melhores tratamentos para pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade.

O pulo do medo

A maioria dos estudos envolvendo o medo começam pela amígdala, uma estrutura em forma de amêndoa que é considerada o centro do processamento do medo no cérebro.

Embora os cientistas por muito tempo pensassem que a amígdala era dedicada exclusivamente ao processamento do medo, os pesquisadores agora estão ampliando sua compreensão de seu papel.

A equipe descobriu que a amígdala também é importante para o aprendizado baseado em recompensas e, à medida que seguiram suas conexões por outras partes do cérebro, descobriram que podem haver complexidades adicionais. A principal delas é que o processamento do medo não ficou restrito a essa glândula, espalhando-se pelo globus pallidus, uma área do cérebro que regula os movimentos. Isso garante que o medo resultará no adequado "pulo para trás" que lhe prepara para fugir do perigo e defender-se.

"[A amígdala] é importante para a formação da memória do medo, mas também é importante para interagir com outros sistemas cerebrais em um contexto de comportamento diferente. Achamos que este circuito que descobrimos, que desempenha um papel na regulação da memória do medo, é apenas a ponta do iceberg. Na verdade, ele é importante para regular a memória do medo, mas provavelmente também está envolvido em um comportamento mais complexo," disse Li.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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