02/12/2009

Cicatrizes cirúrgicas melhoram com laserterapia

Redação do Diário da Saúde
Cicatrizes cirúrgicas melhoram com laserterapia
Em todos os parâmetros analisados, a diferença na qualidade das cicatrizes foi surpreendente, em favor dos pacientes submetidos à laserterapia. [Imagem: USP]

Laser infravermelho

A laserterapia poderá ser aplicada com sucesso na melhora do aspecto das cicatrizes resultantes de incisões cirúrgicas. A técnica já é utilizada normalmente em fisioterapia para combater a dor em casos de artrose, bursite e tendinite.

"O laser de baixa intensidade, quando aplicado em grandes cicatrizes, torna-as mais finas e com aspecto estético funcional melhor", conta o fisioterapeuta Rodrigo Leal de Paiva Carvalho.

Em seu estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o pesquisador testou a técnica em pacientes submetidos à cirurgia de hérnia inguinal. O principal objetivo do estudo era investigar a eficácia do laser infravermelho no processo de cicatrização de incisão pós-cirúrgica de hérnia inguinal.

Laser contra cicatrizes

Participaram do estudo 28 pacientes, divididos em dois grupos: o experimental, que recebeu o tratamento com laser; e o controle, que não se submeteu à terapia. O laser foi aplicado no primeiro grupo após 24 horas da cirurgia, num total de 4 aplicações, em dias alternados.

Após seis meses, os grupos foram reavaliados por meio da escala de cicatriz de Vancouver (escala padrão internacional), escala visual analógica e espessura da cicatriz.

Em todos os parâmetros analisados, a diferença na qualidade das cicatrizes foi surpreendente, em favor dos pacientes submetidos à laserterapia.

O grupo experimental, que recebeu o tratamento com laser, apresentou melhora significativa na aparência e na qualidade da cicatriz seis meses após a incisão, em comparação ao grupo controle.

Efeitos do laser sobre a pele

"Acreditamos que esses resultados positivos podem ser explicados pelas propriedades do laser, como a influência da mobilidade e proliferação de fibroplastos, atuando na aceleração, na síntese e na manutenção da morfologia do colágeno, angiogênese e no aumento do número de células endoteliais", avalia Carvalho.

Já o cirurgião geral Paulo Sérgio Alcântara, do Hospital Universitário (HU) da USP, que acompanhou o estudo ao lado do cirurgião plástico Fábio Kamamoto, ressalta que ficou comprovado cientificamente que o laser de baixa intensidade diminui a espessura e a profundidade da cicatriz. "Após seis meses do início do tratamento, era visível a diferença na qualidade das cicatrizes entre os dois grupos. Tanto que interrompemos o estudo, pois chegamos ao objetivo da pesquisa".

Cicatrização e qualidade de vida

De acordo com o fisioterapeuta e autor do estudo, havia um certo conhecimento de que o laser melhorava o aspecto das cicatrizes, mas não existia nenhum trabalho científico com humanos, no padrão que o estudo foi realizado.

Todo o processo foi documentado com fotografias. Ao mesmo tempo em que melhora a qualidade da cicatriz, o tratamento a laser pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A pesquisa abre campo para se estudar os efeitos do laser em cicatrizes hipertróficas e quelóides. Na opinião do cirurgião Paulo Sergio Alcântara, os excelentes resultados devem estimular os médicos a adotarem a laserterapia como uma boa opção no tratamento de cicatrizes.

Mas, segundo ele, cabe ao médico decidir em que casos o laser deve ser aplicado. Ele garante que o laser é seguro e que não causa efeitos adversos ao paciente.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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