12/06/2013

Cabecear frequentemente no futebol causa danos cerebrais

Redação do Diário da Saúde

Jogadores de futebol que cabeceiam a bola com alta frequência têm pior desempenho em testes de memória, apresentando anormalidades cerebrais semelhantes àquelas encontradas em pacientes com traumatismo crânio-encefálico.

"Optamos por estudar os jogadores de futebol porque o futebol é o esporte mais popular do mundo," disse Michael Lipton, do Centro Médico Montefiore, em Nova Iorque. "O esporte é amplamente jogado por pessoas de todas as idades, incluindo crianças, e há uma preocupação significativa que esse movimento - um componente chave do futebol - possa causar danos ao cérebro."

Em 2011, a mesma equipe havia concluído que cabecear com frequência no futebol pode prejudicar cérebro, mas o estudo foi criticado por outros pesquisadores, cujas conclusões diferiam.

Por isso, Lipton e sua equipe ampliaram o estudo, analisando um número maior de jogadores ao longo de um período maior de tempo.

Substância branca

Segundo o levantamento inicial, os jogadores de futebol cabeceiam a bola de seis a 12 vezes durante os jogos de competições.

Embora cabecear possa levar a uma concussão e à apresentação de sintomas pós-concussão, os estudos indicam que isto não é comum.

"Cabecear uma bola de futebol não gera um impacto de magnitude que vá dilacerar as fibras nervosas no cérebro," disse o Dr. Lipton. "Mas cabecear repetitivamente pode desencadear uma cascata de respostas que podem levar à degeneração das células cerebrais ao longo do tempo."

"Os cérebros dos cabeceadores mais frequentes em nosso estudo mostraram anormalidades da substância branca semelhantes às que vimos em pacientes com concussão," acrescenta o pesquisador.

Os jogadores com mais de 1.800 cabeceadas por ano foram os mais propensos a demonstrar resultados piores nos testes de memória.

Os danos à substância branca apareceram, bem antes, sendo documentadas em atletas com relataram acima de 885 cabeceadas por ano.

Se, em média, o atleta disputar uma partida por semana ao longo do ano, isso equivalerá a algo entre 17 e 34 cabeceadas por jogo - mais do que as 12 cabeceadas que a equipe contou em seu levantamento dos jogos de campeonatos.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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