20/02/2017 Bactérias intestinais têm influência decisiva no Mal de AlzheimerRedação do Diário da Saúde
"Os resultados significam que agora podemos começar a pesquisar maneiras de prevenir a doença e retardar sua manifestação," disse a Dra. Frida Hallenius.[Imagem: Universidade de Lund]
Primeiro Parkinson, agora Alzheimer Uma pesquisa feita na Universidade de Lund (Suécia) deu suporte à hipótese de que as bactérias intestinais aceleram o desenvolvimento da doença de Alzheimer. A conexão entre as bactérias intestinais e a doença de Parkinson já está bem estabelecida, o que levou os pesquisadores a estudar também a conexão com o Alzheimer - hoje já se sabe que o intestino parece formar um "segundo cérebro", tamanha é sua conexão com o sistema nervoso. Como as nossas bactérias comensais têm um grande impacto sobre nossa saúde geral, sobretudo através de interações entre o sistema imunológico, a mucosa intestinal e a nossa dieta, a composição da microbiota intestinal passou a ser de grande interesse para as pesquisas sobre doenças neurológicas e neurodegenerativas. A composição da nossa microbiota intestinal depende de quais bactérias recebemos no nascimento, dos nossos genes e da nossa dieta. Bactérias intestinas e Alzheimer Ao estudar camundongos saudáveis e doentes, os pesquisadores descobriram que os camundongos que sofrem de Alzheimer têm uma composição de bactérias intestinais diferente. A equipe também estudou a doença de Alzheimer em camundongos completamente livres de bactérias, para testar ainda melhor a relação entre as bactérias intestinais e a doença. Os camundongos sem bactérias apresentaram uma quantidade significativamente menor de placas beta-amiloides no cérebro. Para esclarecer a conexão entre a flora intestinal e a ocorrência da doença neurológica, os pesquisadores então transferiram bactérias intestinais de camundongos doentes para camundongos sem germes e constataram que estes últimos desenvolveram mais placas beta-amiloides no cérebro em comparação com o grupo que recebeu bactérias de animais saudáveis. "Nosso estudo é único porque mostra um nexo causal direto entre as bactérias intestinais e a doença de Alzheimer. É marcante que os camundongos completamente livres de bactérias desenvolvam muito menos placas no cérebro," disse a pesquisadora Frida Fak Hallenius. Dieta e probióticos Os pesquisadores pretendem agora testar novos tipos de estratégias preventivas e terapêuticas contra o Alzheimer com base na modulação da microbiota intestinal através da dieta e de novos tipos de probióticos. "Os resultados significam que agora podemos começar a pesquisar maneiras de prevenir a doença e retardar sua manifestação. Consideramos que este é um grande avanço, já que até agora só podemos administrar medicamentos antirretrovirais que aliviam os sintomas," finalizou Hallenius. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=bacterias-intestinais-tem-influencia-decisiva-mal-alzheimer A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |