14/10/2020

Atividades físicas e memória caminham lado a lado

Redação do Diário da Saúde
Atividades físicas e memória caminham lado a lado
Quer saber quais exercícios fazer para manter sua mente em forma? São muitos, inclusive exercitar-se com realidade virtual.[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Física cerebral

Se o esporte é bom para o corpo, ele também parece ser bom para o cérebro.

Ao avaliar o desempenho da memória após uma sessão de atividade esportiva, neurocientistas da Universidade de Genebra (Suíça) demonstraram que uma sessão de exercício físico intensivo - 15 minutos em uma bicicleta ergométrica - melhora a memória, incluindo a aquisição de novas habilidades motoras.

Mas como isso funciona?

Por meio da ação dos endocanabinoides, moléculas conhecidas por aumentar a plasticidade sináptica.

Segundo a equipe, essa descoberta destaca as virtudes do esporte para a saúde e para a educação: Programas e estratégias escolares que visam reduzir os efeitos da neurodegeneração na memória podem de fato se beneficiar disso.

Esporte e memória

Muitas vezes, logo após um exercício esportivo - especialmente de resistência, como corrida ou ciclismo - a pessoa sente um bem-estar físico e psicológico. Essa sensação se deve aos endocanabinoides, pequenas moléculas produzidas pelo corpo durante o esforço físico.

"Eles circulam no sangue e cruzam facilmente a barreira hematoencefálica [a barreira que protege o cérebro]. Eles então se ligam a receptores celulares especializados e desencadeiam essa sensação de euforia. Além disso, essas mesmas moléculas se ligam a receptores no hipocampo, a principal estrutura cerebral para o processamento da memória," explicou a professora Kinga Igloi.

"Mas qual é a ligação entre esporte e memória? Isso é o que queríamos entender," prosseguiu.

Papel dos endocanabinoides

Além de submeter os voluntários a testes de memória, a equipe procurou por mudanças na ativação das estruturas cerebrais usando exames ressonância magnética funcional e realizou exames de sangue para medir os níveis de endocanabinoides.

As diferentes análises apontam todas na mesma direção: Quanto mais rápidos os indivíduos são, mais eles ativam o hipocampo (a área de memória do cérebro) e o núcleo caudado (uma estrutura cerebral envolvida nos processos motores).

Além disso, seus níveis de endocanabinoides seguem a mesma curva: quanto mais alto seu nível após um esforço físico intenso, mais o cérebro é ativado e melhor é o desempenho do cérebro.

"Essas moléculas estão envolvidas na plasticidade sináptica, ou seja, na forma como os neurônios se conectam entre si e, portanto, podem atuar na potencialização de longo prazo, o mecanismo de consolidação da memória," disse a pesquisadora Blanca Bosch.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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