03/12/2010

Assistente eletrônico detecta estresse em tempo real

Redação do Diário da Saúde
Assistente eletrônico detecta estresse em tempo real
A condutância da pele, medida por sensores colocados no dedos, foi o melhor indicador do estresse encontrado pelos cientistas. [Imagem: Institute of Electronics/ETH Zurich]

Estresse saudável

Cientistas do instituto ETH, em Zurique, na Suíça, estão desenvolvendo um assistente eletrônico para detectar o estresse.

O aparelho foi projetado para monitorar os níveis de estresse na vida cotidiana - um passo para a prevenção do burnout e da depressão de forma mais eficaz.

A chamada Síndrome de Burnout é um um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.

Em princípio, o estresse é uma reação saudável. No curto prazo, a reação ao estresse ajuda o corpo a adaptar-se ao fator estressor.

No entanto, se o organismo não tem tempo para se recuperar e a reação dura muito tempo, isto pode ter efeitos adversos, como doenças cardiovasculares ou doenças mentais.

Como medir o estresse

A fim de medir os níveis de estresse na vida cotidiana, os pesquisadores decidiram criar um assistente eletrônico para detectar a condição.

Primeiro eles analisaram diferentes indicadores para determinar os níveis de estresse, incluindo a condutividade da pele nos dedos, as frequências cardíaca e respiratória e a quantidade de cortisol, o hormônio do estresse, presente na saliva.

Além disso, eles mediram os movimentos dos pés, pernas e braços e cobriram uma cadeira com sensores de pressão para registrar quantas vezes uma pessoa muda sua postura na posição sentada.

Para aferir a precisão das diversas medidas, os cientistas usaram voluntários que acreditavam estar participando de um teste de matemática em um computador, sob pressão social e de tempo.

Quando os voluntários começavam a se sair bem, o computador automaticamente selecionava problemas mais difíceis. Desta forma, nenhum dos participantes era capaz de resolver mais da metade das questões, mesmo que fossem muito bons em matemática.

E eles constantemente viam um indicador que lhes fazia acreditar que seus resultados estavam abaixo da média alcançada pelo grupo. Para aumentar a pressão, durante as tarefas eles receberam feedbacks negativos sobre seu desempenho.

Medidor de estresse

Os resultados do estudo revelaram que o assistente de estresse funciona bem: em 83 por cento dos casos o sistema foi capaz de reconhecer os níveis de estresse corretamente com base apenas na condutividade da pele.

Isto é devido ao fato de que o organismo segrega mais suor quando sob estresse, especialmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Como resultado, a condutividade da pele é aumentada.

Os sensores de pressão na cadeira também forneceram informações úteis, reconhecendo o estresse de forma confiável em 73 por cento dos casos - é que, sob estresse, muitas pessoas "travam", embora a maioria mexa-se constantemente na cadeira.

Agora os cientistas vão submeter o aparelho a testes com bombeiros, que trabalham sob pressão de tempo e com esforço mental elevado, o que os torna propensos ao estresse.

Meias com sensores

Os pesquisadores também querem saber se seu aparelho pode ser usado em pacientes que sofrem de distúrbios maníaco-depressivos, o que poderia ajudar a aferir se as terapias desenhadas para tratá-los estão funcionando.

O aparelho ainda está em estágio de protótipo e é um tanto desconfortável. Ainda assim, ele já é adequado para uso em consultórios.

Os cientistas esperam agora construir uma versão que possa ser usada no dia-a-dia: em vez de sensores nas mãos, eles vão inserir os sensores em meias, que poderão ser usadas sem qualquer desconforto

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

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