07/10/2014 Antidepressivo altera arquitetura do cérebro em questão de horasRedação do Diário da SaúdeUma única dose de um dos medicamentos mais amplamente prescritos no mundo todo para o tratamento da depressão provoca alterações em todo o cérebro em questão de poucas horas. A descoberta, que surpreendeu os pesquisadores, foi feita por uma equipe do Instituto Max Planck para Cognição Humana e Ciências do Cérebro, em Leipzig. Eles descobriram que o ingrediente ativo escitalopram, que influencia a disponibilidade do neurotransmissor serotonina, provoca grandes alterações na conectividade entre as redes funcionais cerebrais - em outras palavras, a atividade cerebral síncrona em várias áreas do cérebro - mesmo quando ele está em repouso. Escitalopram e serotonina O escitalopram influencia quais redes do cérebro são ativadas simultaneamente, isto é quando elas oscilam em sincronia. Este efeito rápido e abrangente do medicamento é inesperado, já que os efeitos antidepressivos desta classe de drogas geralmente requerem de duas a três semanas para se manifestar. O estudo sugere que o efeito dessa classe de medicamentos - chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina - começa apenas algumas horas após a ingestão inicial da droga. Comparação da rede cerebral com placebo (esquerda) e com uma dose de 20 miligramas de escitalopram (direita). [Imagem: Schaefer et al./Current Biology 2014] A serotonina é um neurotransmissor essencial que regula funções importantes do cérebro, como a percepção sensorial, o controle cognitivo, a regulação da emoção, os processos vegetativos e a atividade motora. Muitos neurônios serotonérgicos estão localizados no tronco cerebral e se projetam para regiões subcorticais e corticais - áreas do cérebro ligadas à função cognitiva superior. Evitando os antidepressivos Agora os pesquisadores querem examinar como a indução dessa variabilidade cerebral influencia diferentes grupos de pacientes. Eles estão particularmente esperançosos de que a comparação das alterações em pacientes que respondem ao tratamento antidepressivo e em pacientes que não mostram uma resposta clínica possa fornecer informações úteis. Eles planejam testar se esse método poderia ser usado para prever melhor o resultado dos tratamentos, detectando os pacientes que têm chance de tirar proveito das drogas, evitando assim que pacientes que não terão proveito submetam-se aos muitos efeitos colaterais danosos dos antidepressivos. Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br URL: https://diariodasaude.com.br./print.php?article=antidepressivo-altera-arquitetura-cerebro-questao-horas A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos. |