07/10/2016

Coma quando estiver resfriado, mas não muito se estiver com febre

Com informações da New Scientist

Receita da vovó

Sopa de galinha para quem está doentinho parece ser a receita universal das vovós.

Com alguns séculos de atraso, os cientistas começam a descobrir porque essa sabedoria popular faz sentido e funciona de fato justamente para os casos em que as vovós a receitam.

Eles acabam de descobrir que mudar os hábitos alimentares pode ser crucial para a manutenção das respostas imunológicas do organismo a diferentes tipos de infecção.

A equipe do professor Ruslan Medzhitov, da Universidade de Yale (EUA), verificou que alimentar animais gripados com glicose salva suas vidas, mas pode matar as cobaias se elas estiverem infectadas não por um vírus, mas por uma bactéria.

O mais surpreendente é que este efeito funcionou mesmo na ausência dos agentes patogênicos reais - a glicose teve o mesmo efeito nas cobaias que haviam recebido uma injeção apenas com moléculas causadoras de inflamação, seja causada por bactérias ou por vírus.

Protegendo o cérebro

A inflamação é uma ativação normal do sistema imunológico que ocorre quando um invasor é detectado. Isto gera a maioria dos sintomas da doença, e, se a reação for forte demais, pode causar danos e até mesmo matar o hospedeiro que está tentando salvar. Os cientistas hoje acreditam que sobreviver a uma infecção é uma luta tanto contra os invasores, quanto para tolerar sua própria resposta imune.

A boa notícia é que os animais de laboratório parecem sobreviver às suas próprias respostas imunológicas induzidas de modo intencionalmente fortes graças às estratégias de alimentação.

Assim como os seres humanos doentes, os camundongos infectados inicialmente perderam o apetite, mas aqueles com gripe rapidamente voltaram a se alimentar. Isto poderia ser porque bactérias e vírus desencadeiam diferentes respostas inflamatórias, e a alimentação é útil para sobreviver à resposta viral, mas prejudicial quando o corpo está lutando contra bactérias.

As primeiras pistas indicam que, ao responder a um vírus, os animais precisavam da glicose para proteger as células do cérebro de danos devidos à inflamação. Sem a glicose, uma resposta antiviral específica matava as células em seus cérebros.

Sopa de galinha

Estes resultados ajudam a explicar a sabedoria popular de que é melhor "alimentar um resfriado", mas "deixar uma febre morrer de fome".

Resfriados são geralmente causados por vírus, enquanto febres mais provavelmente são devidas a uma infecção bacteriana. E a maioria das dietas é tipicamente intensiva em carboidratos, que liberam glicose em nossos corpos.

Os resultados foram publicados na revista científica Cell.

 

Fonte: Diário da Saúde - www.diariodasaude.com.br

URL:  https://diariodasaude.com.br./print.php?article=alimentacao-durante-doenca

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