Rejuvenescimento da pele
Por que nossa pele é capaz de se reconstruir continuamente, enquanto outros órgãos, uma vez danificados, podem nos levar a situações incontornáveis?
Essa questão parece estar começando a ser respondida, graças ao trabalho do Dr. George Sen, da Universidade da Califórnia (EUA).
Ele e sua equipe descobriram como as células epidermais progenitoras e as células-tronco da pele controlam os fatores de transcrição para evitar uma diferenciação prematura.
É isso que preserva sua capacidade para produzir novas células da pele ao longo de toda a nossa vida.
A descoberta pode ajudar a desenvolver novos medicamentos ou terapias voltados não apenas para doenças da pele, mas também para outras condições onde os dois tipos de células - progenitoras e células-tronco - estão envolvidas.
Células-tronco e células progenitoras
As células-tronco são células capazes de se replicar continuamente, transformando-se em qualquer outro tipo de célula, um processo conhecido como diferenciação.
As células progenitoras são mais limitadas, tipicamente diferenciando-se em um tipo específico de célula, e capazes de se dividir apenas um número limitado de vezes.
Para renovar a pele ao longo da vida, as células-tronco e as células progenitoras produzem células chamadas queratinócitos, que vão "subindo" pelas camadas da pele à medida que esta se desgasta. Todos os queratinócitos serão descartados a seu tempo.
A chave para esse "rejuvenescimento" contínuo da pele está no exossoma, um complexo proteico envolvido na degradação do RNA.
Exossoma
O exossoma é uma coleção de cerca de 11 proteínas responsáveis pela degradação e reciclagem de diversos elementos do RNA.
Isso inclui o RNA mensageiro, que se desgasta ou que contém erros resultantes da tradução de proteínas disfuncionais, que poderiam potencialmente ser deletérios para a célula.
"De forma simplificada, o exossoma funciona como um sistema de vigilância nas células, regulando o ciclo normal dos RNAs, assim como destruindo RNAs com erros," explicou o Dr. Sen.
Fator de transcrição
Os cientistas descobriram que, na epiderme, o exossoma alveja e destrói mRNAs que codificam fatores de transcrição que induzem a diferenciação.
Mais especificamente, o exossoma degrada um fator de transcrição chamado GRHL3 nas células progenitoras epidermais, mantendo-as indiferenciadas.
Quando recebem o sinal para se diferenciar, as células progenitoras perdem a expressão de determinadas subunidades do exossoma, o que leva a níveis mais elevados da proteína GRHL3.
Este aumento nos níveis da GRHL3 promove a diferenciação das células progenitoras.
"Sem um exossoma funcional nas células progenitoras," disse Sen, "as células progenitoras iriam se diferenciar prematuramente devido a níveis mais elevados de GRHL3, resultando na perda de tecido epidérmico ao longo do tempo."
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