Implante na coluna
Engenheiros europeus desenvolveram um novo tipo de implante estimulador muscular que permite que pessoas com paraplegia exercitem os músculos dos membros paralisados.
O implante contém um microchip que envia os impulsos nervosos que acionam os músculos.
É a primeira vez que os pesquisadores conseguem desenvolver um dispositivo deste tipo que é pequeno o suficiente para ser implantado no canal espinhal.
Além disso, o implante incorpora todos os elementos necessários em um único invólucro, incluindo o chip estimulador e os eletrodos. O implante é minúsculo, do tamanho de uma unha de criança.
Ciclismo e remo
O projeto está sendo coordenado pelo professor Andreas Demosthenous, da Universidade College London, na Inglaterra. Participam ainda engenheiros da Universidade de Freiburg, na Alemanha, e do Instituto Tyndall, na Irlanda.
"Nosso trabalho tem o potencial de estimular mais grupos musculares do que é atualmente possível com as tecnologias existentes porque vários desses dispositivos podem ser implantados no canal espinhal", diz o professor Demosthenous.
"A estimulação de um maior número de grupos musculares significa que os usuários poderão executar movimentos suficientes para realizar exercícios controlados, tais como o ciclismo ou o remo," explica o pesquisador.
Os implantes estimuladores musculares também poderão ser usados em uma ampla gama de funções reparadoras, como estimular os músculos da bexiga para ajudar a superar a incontinência urinária e estimular os nervos para melhorar a capacidade do intestino e eliminar espasmos.
Livro ativo
A equipe teve de superar várias limitações dos desenvolvimentos anteriores para conseguir enfiar todo o aparato dentro uma unidade miniaturizada.
A mais recente tecnologia de processamento a laser foi usada para cortar os minúsculos eletrodos de uma folha de platina.
A seguir, esses eletrodos são dobrados em um formato 3D, deixando-os parecidos com um livro - daí o nome do novo implante Active Book, ou livro ativo, em tradução livre.
As "páginas do livro" fecham-se ao redor das raízes nervosas. Elas são unidas por microssoldagem a um chip de silício, que é hermeticamente fechado para evitar a penetração de água, o que poderia levar à corrosão do sistema eletrônico.
Os primeiros testes do novo implante em pacientes começarão em 2011.
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