Teoria dos jogos e dilema do prisioneiro
A teoria dos jogos é um campo de estudos que aplica a matemática para entender a ciência por trás do comportamento lógico da tomada de decisões e das estruturas sociais - essa teoria está na base de grande parte dos prêmios Nobel de economia das últimas décadas.
Uma das análises mais comuns na teoria dos jogos envolve a cooperação e a hierarquia, procurando explicar por que os indivíduos cooperam, mesmo quando parece ser melhor não fazê-lo - não se esqueça de que a linha científica dominante considera os seres humanos como animais competitivos que "deveriam" fazer tudo para superar os demais em busca de garantir sua progênie.
E um dos instrumentos clássicos da teoria dos jogos é o "dilema do prisioneiro".
O dilema do prisioneiro é uma análise de decisão, na qual dois prisioneiros, incapazes de se comunicar, precisam optar por cooperar ou agir de acordo com seus interesses individuais. Se ambos optarem por cooperar, os dois receberão sentenças de prisão mais curtas; mas, se um trair o outro, o traidor terá zero tempo de prisão e o outro receberá uma sentença maior.
Esse dilema situacional - "Eu devo cooperar ou trair o outro?" - tem sido aplicado a diversas situações, em áreas que vão da economia à medicina.
Ganhos pela cooperação
Zhihai Rong e seus colegas da China e do Japão resolveram rediscutir esse dilema do prisioneiro e sua aplicação usando um gráfico especializado para mapear uma rede social de cooperadores e seus vizinhos.
Eles descobriram que os cooperadores podem atrair mais vizinhos que sigam seus comportamentos e são mais propensos a se tornarem líderes, indicando que existem diferentes padrões possíveis de aprendizado entre cooperadores e traidores, e não meramente a solução binária "Eu saio e ele continua preso".
"Através da análise de correlação, verificou-se que, no jogo espacial, quanto mais tempo um indivíduo se apega à estratégia de cooperação, maior é a probabilidade de que ele se torne um líder cujo comportamento é fácil de ser imitado pelos vizinhos. Isso pode aumentar uma reciprocidade a longo prazo entre eles," disse Rong.
Hierarquia
De uma perspectiva sociológica, os indivíduos adaptam os comportamentos bem-sucedidos de outros para avançar na sociedade. Os autores descobriram que cooperadores e vizinhos que imitam o comportamento bem-sucedido dos cooperadores, e se tornam eles próprios cooperadores, não são todos colegas colaboradores, mas formam uma hierarquia.
"Os diferentes padrões de aprendizagem entre cooperação e traição podem fornecer algumas pistas para prever a estratégia que um indivíduo mantém ao analisar o processo de aprendizado de seus vizinhos," disse Rong.
A equipe afirma que desdobramentos desta pesquisa podem ser aplicados a redes temporais, ajudar os cientistas a entender como as epidemias se espalham e até os físicos a entenderem como dois osciladores se sincronizam.
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