Andar para trás
Se você acha que andar para trás não lhe levará a lugar nenhum, é melhor começar a rever seus conceitos.
Os atletas, por exemplo, já sabem há algum tempo que andar para trás em uma esteira lhes dá força e agilidade.
Com esses resultados físicos em vista, pesquisadores da Universidade de Cincinnati (EUA) resolveram avaliar se a técnica não poderia ajudar pacientes que sofreram derrame a aprender a andar novamente.
"Do ponto de vista da neurociência, acreditamos que o treinamento em esteira andando para trás requer uma percepção contínua de onde o pé está no espaço para não cair durante o treinamento. Portanto, é possível que ele possa aumentar as respostas sensoriais, essenciais para sinalizar para as regiões do cérebro que controlam o equilíbrio e a simetria da caminhada, o que pode melhorar a velocidade da caminhada," explicou o professor Oluwole Awosika.
Ele então usou sensores para medir alterações relacionadas ao treinamento nas vias sensoriais do cérebro e da medula espinhal que afetam o equilíbrio e a posição do corpo, bem como a simetria da marcha.
Estimulação elétrica
O estudo piloto confirmou a segurança e os bons resultados dessa abordagem de reabilitação.
"O comprometimento da marcha afeta quase 66% dos sobreviventes de AVC, o que geralmente leva a quedas e lesões. São necessárias abordagens mais novas e abrangentes para melhorar a recuperação da marcha nesses sobreviventes. Esperamos que nossa pesquisa revele uma estratégia mais eficaz para ajudar esse grupo a melhorar sua qualidade de vida e alcançar a independência," disse o pesquisador.
A equipe prosseguirá os estudos na tentativa de compreender os mecanismos que o andar para trás aciona no cérebro, permitindo a recuperação, e se outras terapias poderiam ser usadas em conjunto ou isoladas, com vistas a se obter os mesmos resultados.
"Os resultados levantam questões interessantes sobre os mecanismos de aprendizagem locomotora no acidente vascular cerebral, e são necessários estudos de dosagem de estimulação com corrente direta transcutânea da coluna vertebral para entender melhor seu potencial papel como um auxiliar neuromodulatório para a reabilitação caminhando," escreveu a equipe.
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